Nos últimos meses, a creatina deixou de ser um suplemento restrito aos fisiculturistas e ganhou espaço no nécessaire de milhares de mulheres mundo afora. Influenciadoras como Ivanka Trump, Sara Foster e Mel Robbins popularizaram o uso em suas redes sociais e podcasts, impulsionando um aumento expressivo — de mais de 300% — nas vendas voltadas ao público feminino. O que antes era visto com desconfiança ou associado a ganho de massa exagerado, agora é valorizado como ferramenta de autocuidado, saúde óssea, cognição e longevidade.
A creatina é uma substância naturalmente produzida pelo nosso corpo e presente em alimentos como carnes e peixes. Seu papel principal é fornecer energia rápida para as células, principalmente durante atividades de alta intensidade. Porém, o que muita gente não sabe é que mulheres têm até 80% menos reservas naturais de creatina do que os homens, o que as torna ainda mais beneficiadas com a suplementação — especialmente em fases como menstruação, gravidez e menopausa.
Estudos de universidades renomadas, como Texas A&M, mostram que a creatina pode melhorar significativamente a força muscular, aumentar a energia, preservar a massa magra e até ajudar na manutenção da densidade óssea em mulheres pós-menopáusicas. Além disso, pesquisas recentes apontam efeitos positivos na função cerebral, incluindo foco, memória e sensação de bem-estar emocional. Esses resultados vêm atraindo inclusive mulheres que nunca entraram em uma academia, mas desejam envelhecer com mais vitalidade e disposição.
Ao contrário do que muitos pensam, a creatina não causa inchaço permanente nem sobrecarga renal. A única reação comum é um leve aumento de peso nos primeiros dias, por retenção hídrica — um efeito esperado, temporário e que indica que o corpo está armazenando mais água nos músculos. Para contornar esse desconforto, muitas marcas têm desenvolvido fórmulas voltadas ao público feminino, combinando creatina com ingredientes como magnésio, taurina e até ativos naturais que ajudam a reduzir o inchaço, como gengibre e funcho.
Um exemplo é a Tone, lançada pela cofundadora da Arrae, Siffat Haider, após observar efeitos incríveis em seu humor e clareza mental. Já a Create Wellness, que aposta em uma abordagem sem rótulos de gênero, viu as vendas para o público feminino dobrar em menos de um ano, com receitas ultrapassando os 20 milhões de dólares.
Nutricionistas também estão atentos. Mia Rigden, especialista em nutrição funcional, contou ao Wall Street Journal que desde que incluiu a creatina na sua rotina e na de suas pacientes, observou melhorias não só no rendimento físico, mas também na qualidade do sono e na recuperação muscular. Outro ponto importante: a suplementação ideal para mulheres gira em torno de 3 a 5 gramas diárias, sem a necessidade da chamada “fase de saturação” — ou seja, não é preciso tomar altas doses nos primeiros dias.
A adesão à creatina representa uma mudança de paradigma. Ela se tornou um símbolo da nova era do autocuidado feminino: baseado na ciência, com foco na saúde de dentro pra fora e sem modismos. Seja para quem treina com intensidade ou para quem quer apenas manter a energia e o foco no dia a dia, a creatina promete continuar sendo uma aliada poderosa das mulheres modernas.