Poucos alimentos reúnem tantos benefícios comprovados à saúde quanto a castanha-do-Brasil. Rica em gorduras boas, selênio, zinco, magnésio e antioxidantes, ela é considerada por muitos especialistas como um verdadeiro “superalimento natural”, capaz de impactar diretamente na imunidade, na saúde cardiovascular e até no equilíbrio hormonal. E o melhor: está ao alcance de todos, sendo uma das maiores riquezas da biodiversidade brasileira.
Estudos recentes publicados pela National Institutes of Health (NIH) e pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) apontam que apenas uma unidade de castanha por dia pode fornecer mais de 100% da necessidade diária de selênio — um mineral essencial para a proteção celular, redução de processos inflamatórios e bom funcionamento da tireoide. Além disso, o selênio age como um poderoso antioxidante, ajudando a combater os radicais livres, que aceleram o envelhecimento celular e estão relacionados a doenças crônicas.
Na prática, isso significa que a castanha-do-Brasil é uma excelente aliada para pessoas com hipotireoidismo, baixa imunidade, ou que buscam melhorar a fertilidade, o desempenho cognitivo e até prevenir doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Nutrients, demonstrou que idosos que consumiram castanha regularmente apresentaram melhoras em parâmetros de memória e atenção.
Outro benefício poderoso da castanha está na sua capacidade de ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), por conta da presença de ácidos graxos insaturados, como o ômega-9. Esses compostos ajudam a manter as artérias limpas e flexíveis, o que reduz o risco de doenças cardiovasculares — principal causa de morte no mundo, segundo a OMS.
Além disso, a castanha é uma opção natural para quem busca energia, saciedade e regulação do apetite. Ela contém proteínas vegetais, fibras e gorduras boas, o que ajuda a manter os níveis de glicose estáveis e evitar picos de fome. Por isso, é cada vez mais utilizada em estratégias de emagrecimento inteligente, aliada à prática de exercícios e suplementação equilibrada.
Mas, como todo alimento funcional, o consumo da castanha-do-Brasil requer moderação. O excesso de selênio pode causar efeitos colaterais, como náuseas, queda de cabelo e alterações hormonais. A recomendação dos nutricionistas é consumir entre 1 e 2 unidades por dia, de preferência em jejum ou com frutas, para potencializar a absorção de seus nutrientes.
Além de seus benefícios diretos, a castanha também desperta interesse internacional por ser nativa da floresta amazônica, cultivada de forma sustentável e com grande impacto social nas comunidades extrativistas. Sua valorização, portanto, também ajuda na preservação ambiental e na geração de renda para populações locais.
No Brasil, ainda há pouco consumo da castanha em comparação com outros países. Segundo levantamento da Embrapa, o brasileiro consome em média apenas 36 gramas por ano, enquanto em países como Estados Unidos e Alemanha, esse número é até quatro vezes maior. A boa notícia é que, com o crescimento da busca por alimentos funcionais, a castanha está ganhando mais espaço em receitas, suplementos e snacks saudáveis.
Incluir a castanha-do-Brasil no dia a dia é simples: ela pode ser consumida pura, em forma de farinha, adicionada a iogurtes, saladas, vitaminas ou até como ingrediente em barras proteicas e granolas caseiras. Uma dica valiosa é armazená-las em potes bem fechados e em local fresco, para preservar seus óleos e sabor.